Sempre que Moçambique surge numa conversa, as notícias parecem centrar-se em desafios – a economia, a política, as dificuldades diárias. Mas, permita-me dizer-lhe algo que se perde consistentemente nas manchetes e nos relatórios de desenvolvimento: a verdadeira e imensurável riqueza deste país não está apenas sob o solo; está nos seus cantos mais vibrantes e, acima de tudo, no coração da sua gente.

O segredo que “ninguém quer que você saiba” não é sobre descobertas maciças de gás ou de rubis (embora estas sejam, obviamente, importantes). É sobre o imenso e inexplorado potencial humano e cultural que é a verdadeira fundação de Moçambique.

Passei tempo em Maputo, no vibrante Mercado Central, e nas aldeias à beira-mar de Nampula, e testemunhei a resiliência que desafia qualquer estatística. Vi a capacidade inata de transformar o pouco em suficiente e o suficiente em festivo. É a persistência do pescador que sai ao mar na sua canoa artesanal todos os dias. É o engenho do pequeno empreendedor que monta o seu negócio à sombra de uma mangueira.

Esta não é uma riqueza material, mas sim a moeda de troca mais valiosa: a capacidade de adaptação, a hospitalidade calorosa e uma coesão social que, apesar das divisões regionais, surge quando é mais necessária.

Os grandes players globais tendem a ver Moçambique através de lentes puramente extrativas: minério, madeira, energia. Eles procuram o que podem tirar. Mas a verdadeira e duradoura riqueza—aquela que sustentará o país a longo prazo—é a que os moçambicanos têm a capacidade de criar.

O verdadeiro segredo é este: Moçambique tem um potencial latente que só será totalmente desbloqueado quando este foco interno for reconhecido, nutrido e investido. Não é algo que se possa escavar, mas sim algo que se deve cultivar. E, pessoalmente, sou um crente fervoroso no florescimento desse potencial.